
Sócrates, filósofo da Grécia Antiga, continua influente até hoje — inclusive em abordagens psicoterapêuticas que utilizam o chamado “método socrático”, baseado no questionamento. Foi condenado à morte por ser considerado subversivo, acusado de corromper a juventude e até apontado como culpado pelas derrotas de Atenas em guerra.
Até seu último momento, Sócrates não abriu mão da sua filosofia. Preferiu morrer a viver negando aquilo em que acreditava.
Na leitura de Alain de Botton, no livro As consolações da filosofia, o exemplo de Sócrates mostra que a impopularidade não representa, necessariamente, um problema. Ele foi condenado pela maioria do júri — composto por cidadãos comuns, não exatamente preparados para decidir sobre temas tão complexos. Eram pessoas que opinavam sobre o destino de outras como quem conversa distraidamente em uma mesa de bar ou na fila da padaria.
Sócrates incomodava porque questionava ideias estabelecidas e, muitas vezes, irrefletidas — aquelas que todos repetem, mas poucos compreendem. Se vivesse hoje, teria bastante trabalho analisando as inúmeras “trends” às quais somos expostos, assim como os conceitos vazios e apressados sobre felicidade, bem-estar e sucesso.
A lição que fica é esta: se queremos uma vida mais autêntica, precisamos examinar, com lógica e sinceridade,o que realmente faz sentido para nós. Isso significa parar de absorver automaticamente os discursos prontos, que muitas vezes nos levam a viver de forma desconectada de nós mesmos.
Por exemplo: “para ser feliz é preciso ter muito dinheiro”. Essa afirmação pode não ser dita diretamente, mas é constantemente reforçada pela mídia, pela publicidade, pelo imaginário social. Sócrates nos convidaria a perguntar: “Todos que têm muito dinheiro são felizes?” Se a resposta for “não”, então o conceito precisa ser revisto.
Temos inúmeros exemplos atuais de pessoas que conquistaram fama e fortuna e, ainda assim, enfrentam sérios sofrimentos psíquicos. Questionar essas ideias não é apenas um exercício filosófico — é uma forma de autocuidado.
Refletir sobre o que nos dizem que é “certo” pode ser o primeiro passo para proteger nossa saúde mental, física e espiritual das pressões externas que, muitas vezes, são inalcançáveis. Afinal, como disse o próprio Sócrates:“Uma vida não examinada não merece ser vivida.”
Rodrigo Leite - Psicólogo - CRP 06/215645
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