A cognição é o conhecimento de si mesmo e do mundo e envolve funções como atenção, percepção, raciocínio, memória, interpretação, pensamento e linguagem. Sua avaliação é importante, pois é sabido que uma boa cognição se associa a uma melhor performance global na vida.
O adulto jovem é sempre muito cobrado. Dele, é exigido raciocínio abstrato, capacidade de elaboração de respostas, independência pessoal e financeira. Quando atendemos um adulto com dificuldades na escolaridade e no trabalho, é imprescindível fazermos uma triagem para conhecermos os transtornos que afetam a sua cognição e suas funções executivas. Em sua maioria, eles estão presentes desde a infância/adolescência.
Por conta da disfunção executiva, fica difícil sustentar a atenção e a memória de trabalho, inibir pensamentos e comportamentos distratores, planejar e organizar atividades de rotina, ter noção da passagem do tempo, regular as emoções e as ações dirigidas a objetivos que não sejam de recompensa imediata, entre outras. Eles também são mais imaturos em relação a seus pares.
Muitas vezes o adulto chega ao consultório reclamando de depressão, ou ansiedade, uso de álcool/drogas, irritabilidade e insônia. Ele e todos à sua volta jamais pensaram no Transtorno do Déficit de Atenção e/ou Hiperatividade (TDAH), dislexia ou em problemas de início na infância. Cabe ao especialista experiente conduzir a anamnese de modo adequado. Um protocolo rigoroso deve ser seguido ou então o paciente correrá o risco de ser apenas tratado para a depressão ou para o sintoma que o levou à consulta. Por isso, muitas vezes pode ser tão difícil a detecção de tais quadros, pois eles exigem muitas consultas, onde temos que saber o histórico de doenças do paciente e da família, que por sua vez, também podem ter o mesmo problema e achar que os sintomas não tem a ver com um transtorno e sim com o modo de ser da família.
Tudo vai depender do grau de intensidade da doença e da estrutura do sistema familiar. É claro que de modo geral, todo transtorno diagnosticado precocemente terá maiores chances de melhores resultados e menos probabilidade da presença de comorbidade, mas o tratamento em adultos na maioria dos casos também é altamente eficaz. Nesses casos, é mais comum que o paciente precise recorrer além do medicamento, a um tratamento multidisciplinar em função de sequelas psicológicas e das possíveis comorbidades.
Janeisa Maria Steinbach Tomás
Psicóloga - CRP 07/13857
Instagram: @janeisatomás
Excelente publicação Janeisa! Adorei! 😉