Relações abusivas podem ter um impacto devastador em nossa autoconfiança, especialmente para nós mulheres. Psicólogos como Lenore Walker têm estudado o ciclo de abuso, que inclui fases de tensão crescente, explosão de violência e, eventualmente, um período de arrependimento ou calmaria (Walker, 1979). Durante esses ciclos, a vítima pode experimentar uma erosão gradual da autoconfiança à medida que se adapta a um ambiente de medo, incerteza e controle.
A constante exposição a comportamentos abusivos pode criar um ciclo vicioso em que começamos a acreditar nas mensagens prejudiciais que nos são transmitidas. Isso pode levar a sentimentos de insegurança, ansiedade e até depressão, afetando profundamente nossa autoconfiança. Psicólogos cognitivos como Aaron Beck observam como essas críticas persistentes podem internalizar-se na mente da vítima, levando-a a questionar suas próprias capacidades e valor (Beck, 1967). A falta de apoio emocional e a sensação de não sermos boas o suficiente podem nos fazer duvidar de nossas escolhas e tomar decisões baseadas no medo e na submissão.
Além disso, as relações abusivas muitas vezes isolam a pessoa do seu círculo social e familiar de apoio, o que torna ainda mais difícil buscar ajuda e enxergar uma saída. Esse isolamento pode reforçar a dependência emocional do agressor, dificultando ainda mais a busca por apoio externo e perpetuando a sensação de desamparo e falta de autonomia.
O trauma psicológico causado por abusos repetidos pode deixar cicatrizes profundas na autoimagem da vítima. Estudos de psicólogos como Judith Herman destacam como o trauma afeta a percepção de si mesma, muitas vezes resultando em sentimentos de culpa, vergonha e desvalorização (Herman, 1992). Esses sentimentos podem persistir mesmo após o término da relação, exigindo um processo de cura emocional e reconstrução da autoconfiança.
Buscar ajuda profissional é essencial para reconhecer e romper padrões abusivos em relacionamentos e reconstruir nossa autoconfiança. A terapia pode nos ajudar a identificar crenças limitantes e a desenvolver estratégias para fortalecer nossa autoestima e autoconfiança. É importante lembrar que merecemos ser tratadas com respeito, valorizadas e amadas de forma saudável, e que não estamos sozinhas nessa jornada de cura e empoderamento.
Ao reconhecer os sinais de uma relação abusiva e buscar apoio, podemos dar os primeiros passos em direção à recuperação e ao fortalecimento da nossa autoconfiança. É essencial lembrar que somos capazes de reconstruir nossa autoestima, estabelecer limites saudáveis e cultivar relacionamentos baseados no respeito mútuo. Com o tempo e o suporte adequado, podemos recuperar nossa confiança em nós mesmas e viver vidas plenas e autênticas, livres do domínio de relacionamentos tóxicos.
Juliana Antoniassi - Psicóloga
CRP 06/169522
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Referências
Beck, A. T. (1967). Depression: Clinical, experimental, and theoretical aspects. Harper & Row.
Herman, J. L. (1992). Trauma and Recovery: The Aftermath of Violence - From Domestic Abuse to Political Terror. Basic Books.
Walker, L. E. (1979). The Battered Woman. Harper & Row.
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