top of page

O Peso da Culpa Materna

Foto do escritor: Thaina PinheiroThaina Pinheiro

A culpa materna parece ser constante na maternidade. Desde os primeiros momentos após o parto, muitas mães se veem diante de um turbilhão de emoções e cobranças internas e externas. Seja pela necessidade de retomar a vida profissional, pela busca por momentos individuais ou pela impossibilidade de estar sempre 100% disponível para o bebê, o sentimento de não estar fazendo o suficiente pode ser avassalador.


Esse peso é reforçado por uma cultura que idealiza a maternidade e impõe exigências muitas vezes inalcançáveis. A imagem da "mãe perfeita", aquela que está sempre disponível, paciente e feliz, é amplamente difundida, gerando comparações e frustrações. O primeiro passo para lidar com essa culpa é questioná-la e analisar suas origens. Afinal, de onde vem essa sensação de insuficiência?



Identificando a Origem da Culpa Materna


  1. Crenças e Expectativas Sociais: Desde cedo, as mulheres são ensinadas que a maternidade deve ser sua principal e mais gratificante missão, e qualquer sentimento de cansaço ou desejo de espaço próprio pode ser visto como egoísmo.

  2. Comparação com Outras Mães: O acesso a redes sociais aumenta a pressão, pois nelas se compartilham apenas momentos felizes e conquistas, raramente as dificuldades e vulnerabilidades da maternidade.

  3. Pressões Familiares e Culturais: Muitas mães lidam com cobranças de familiares e amigos sobre a forma "correta" de criar os filhos, o que pode reforçar a culpa.

  4. Autocobrança e Perfeccionismo: Algumas mães internalizam a ideia de que precisam dar conta de tudo sozinhas, sem falhas, o que torna qualquer erro ou dificuldade motivo de culpa.


Como Ressignificar a Culpa Materna?


  1. Autoconhecimento: Pergunte-se: "Essa culpa reflete uma realidade ou uma expectativa irreal imposta pela sociedade?". Reflita sobre suas reais necessidades e as do seu bebê, sem se prender a padrões inatingíveis.

  2. Autocompaixão: Permita-se errar e compreender que a perfeição é uma construção ilusória. Nenhuma mãe é perfeita, e tudo bem! O mais importante é estar presente e disponível emocionalmente dentro das suas possibilidades.

  3. Rede de Apoio: Compartilhar experiências com outras mães, seja em grupos presenciais ou virtuais, pode ajudar a perceber que você não está sozinha. Além disso, buscar suporte psicológico pode ser fundamental para aliviar essa carga emocional.

  4. Redefinição do Papel Materno: Ser uma boa mãe não significa estar disponível o tempo todo. O autocuidado e a saúde mental da mãe impactam diretamente na qualidade do vínculo com o bebê. Cuidar de si mesma não é um luxo, mas uma necessidade.

  5. Reforço Positivo: Valorize as pequenas conquistas diárias, ao invés de focar apenas no que acredita ser falha. Reconheça seu esforço e dedicação, lembrando que a maternidade é um aprendizado contínuo.


O sentimento de culpa não define a qualidade da maternagem. O que realmente importa é a conexão que você tem com o seu filho. Priorizar sua saúde mental e bem-estar é também um ato de amor e cuidado com ele.


 

Se você está enfrentando dificuldades emocionais durante a maternidade, considere procurar o apoio de um profissional de saúde mental. Como psicóloga obstétrica, estou aqui para ajudar e apoiar você nessa jornada. Entre em contato para agendarmos uma consulta e conversarmos sobre como posso ajudar você a atravessar essa fase desafiadora.


Beijinhos da psi obstétrica de vocês,

Thainá Pinheiro



3 visualizações0 comentário

Posts Relacionados

Ver tudo

Comments


bottom of page