O que é loucura, afinal? Quebrando o tabu sobre os transtornos mentais graves
- Ana Paula Silva Rodrigues
- 8 de abr.
- 3 min de leitura

Você já ouviu alguém dizer: “Fulano ficou louco”? Ou talvez já tenha pensado que “gente doida” é perigosa ou imprevisível? Essas frases são comuns, mas escondem preconceitos, medos e falta de informação sobre um assunto muito sério: os transtornos mentais graves, como a psicose e a esquizofrenia.
Neste artigo, queremos conversar com você de forma simples e respeitosa. Vamos entender o que realmente significa “perder o juízo” — e por que ninguém está imune ao sofrimento psíquico.
O que é “loucura”?
A palavra “loucura” é antiga, carregada de julgamentos e usada de forma pejorativa para falar de quem se comporta de maneira diferente. Mas, na saúde mental, o que chamamos popularmente de loucura tem nome técnico: psicose.
Psicose é um estado em que a pessoa perde o contato com a realidade, ou seja, ela começa a ver, ouvir ou acreditar em coisas que não existem de verdade para os outros. Mas atenção: isso não significa que ela seja perigosa ou violenta.
O que é psicose?
A psicose pode se manifestar de várias formas, e os principais sinais incluem:
Delírios: a pessoa acredita em algo que não é real, mesmo que todos ao redor digam o contrário. Exemplo: acreditar que está sendo perseguida, vigiada ou que tem poderes especiais.
Alucinações: ver ou ouvir coisas que ninguém mais vê ou ouve. É muito comum ouvir vozes que falam coisas ruins ou dão ordens.
Comportamento desorganizado: dificuldade para se comunicar, pensamentos confusos, falas sem sentido.
Falta de consciência da própria condição: muitas vezes, quem está passando por isso não percebe que está doente.
Esses sintomas podem acontecer em doenças como esquizofrenia, transtorno delirante persistente, ou até mesmo em episódios isolados causados por uso de substâncias ou situações de estresse extremo.
Quem pode ter psicose?
Qualquer pessoa. Isso mesmo. A psicose não escolhe idade, gênero, classe social ou cor da pele. Embora existam fatores genéticos e biológicos, o ambiente em que a pessoa vive também pode influenciar. Pessoas em situação de pobreza, abandono, violência ou uso de drogas estão mais vulneráveis.
E como ajudar?
Se você conhece alguém que está se comportando de forma estranha, dizendo coisas desconexas ou parecendo desconectada da realidade, é importante:
Ter empatia, não julgamento.
Buscar ajuda profissional: procure um posto de saúde, CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) ou hospital.
Evitar confronto direto com os delírios ou alucinações — em vez disso, acolha e escute.
Cuidar da segurança da pessoa e da sua própria, se necessário.
Lembre-se: não é frescura nem fraqueza, é um quadro de saúde mental que precisa de tratamento, cuidado e compreensão.
Existe tratamento?
Sim! A psicose tem tratamento. Com acompanhamento psicológico, psiquiátrico, uso de medicamentos e apoio da família e da comunidade, é possível controlar os sintomas e levar uma vida com mais equilíbrio e autonomia.
O diagnóstico precoce e o cuidado contínuo fazem toda a diferença. E quanto menos preconceito, mais pessoas se sentem seguras para buscar ajuda.
Para refletir
Talvez a verdadeira “loucura” da nossa sociedade seja negar o sofrimento do outro, tratar com desprezo o que não entendemos e abandonar quem mais precisa.
Se você está passando por algo parecido, ou conhece alguém que está, saiba: você não está sozinho. Existe ajuda. Existe escuta. Existe cuidado.
Ana Paula Silva Rodrigues
Psicóloga Clínica - CRP 06/216890
Meu perfil no Terappia: https://www.terappia.com.br/psi/ana-paula-silva-rodrigues
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