Se você chegou a ler meu perfil, deve ter visto que minha abordagem é exatamente esta citada aí em cima: Psicanálise Humanista. Ela é, muitas vezes, confundida com a abordagem Humanista, que é centrada no indivíduo e tem como principais teóricos: Carl Rogers e Abraham Maslow. Eles desenvolveram conceitos como autorrealização, congruência e hierarquia das necessidades humanas, que são fundamentais para essa abordagem.
A abordagem Psicanálise Humanista tem como teórico o psicanalista, filósofo humanista e sociólogo alemão Erich Seligmann Fromm (1900 – 1980). A partir do final da década de 1920, representou um socialismo democrático e humanista. Suas contribuições para a psicanálise, para a psicologia da religião e para a crítica social o estabeleceram como um pensador influente do século XX.
“O amor é a única resposta sensata e satisfatória ao problema da existência humana.”-Erich Fromm-
Uma curiosidade: existe uma interface entre Paulo Freire e Erich Fromm a partir de competências teóricas e de ações práticas da pedagogia e da psicologia. Há mais em comum entre Paulo Freire e a Psicanálise Humanista de Erich Fromm do que se imagina. Além da simples constatação de que Fromm é citado por Paulo Freire em sua obra inicial, demonstra-se que a Psicanálise Humanista de Erich Fromm e o Pensamento Educacional de Paulo Freire estão posicionados numa chave filosófica bem próxima.
Para Erich Fromm, a principal tarefa do ser humano na vida é dar luz a si mesmo para poder se transformar naquilo que realmente é, em alguém mais nobre, mais forte e mais livre. Essas e outras reflexões demonstram essa perspectiva humanista/revolucionária. Fromm é considerado o filósofo do amor.
Quando nos referimos à teoria psicanalista, ainda há quem cometa o erro de enxergá-la como um todo, como uma mesma entidade rígida e específica, onde habitam conceitos, dinâmicas e abordagens muito claras, enunciados pelo pai da psicanálise: Sigmund Freud. Estamos em pleno século XXI, vocês acham, mesmo, que a Psicanálise não evoluiu?
Erich Fromm foi um desses “desviados”. Foi nos anos 40 que esse psicólogo social, de origem judaica-alemã, decidiu romper com a doutrina psicanalítica com a qual trabalhavam no “Instituto para Pesquisa Social da Universidade de Frankfurt” e renovar por completo a teoria e a prática, aproximando-se de uma abordagem muito mais cultural, humana. Por exemplo, ele reformulou a ideia do desenvolvimento da libido, substituindo por outra mais factível. Uma nova concepção na qual enunciava e articulava os processos de assimilação e socialização do indivíduo.
Do mesmo modo, poderíamos dizer sem erro que Fromm foi, acima de tudo, um pensador que nos trouxe, com sua obras, um universo de pensamentos, reflexões e teorias nas quais a psicologia anda de mãos dadas com a antropologia e a história, e onde, por sua vez, o legado de Sigmund Freud e Karen Horney continuavam muito presentes.
Erich Fromm e a crise sistêmica da sociedade ocidental
Para entender a teoria da psicanálise humanista de Erich Fromm é necessário conhecer essa pessoa, entender suas raízes, contexto, mundo, realidade e, desta maneira, estaremos na posição de compreender o que serviu como guia e inspiração para suas teorias.
Quando alguém lê sua autobiografia, “Meu encontro com Marx e Freud” e se detém principalmente na sua infância e adolescência percebe imediatamente que essas não foram etapas felizes da vida de Erich. O pai de Fromm era um homem de negócios bastante agressivo, sua mãe sofria de depressão crônica e, além disso, ele foi educado em um ambiente extremamente rigoroso, sob os padrões judeu-ortodoxos. Ele conta que durante essa época viveu momentos que o marcaram.
“O nacionalismo é a nossa forma de incesto, é a nossa idolatria, é a nossa loucura. O patriotismo é sua seita.”-Erich Fromm-
O primeiro foi o suicídio de uma jovem de 25 anos pela qual ele era apaixonado quando criança. Ela era pintora e bastante unida à única família que tinha: o pai. Este faleceu de forma repentina e poucos dias depois a jovem artista decidiu tirar a própria vida. Seu suicídio fez com que Fromm se perguntasse: Por quê? O que faz as pessoas chegarem a tais extremos?
O segundo fato que o marcou foi o início da Primeira Guerra Mundial. Chegou à sua vida, então, a sombra dos nacionalismos, a radicalização das massas, as mensagens carregadas de ódio e a eterna diferença entre “nós” e “eles”, entre minha identidade e a sua, sua religião e a minha, minha visão de mundo e a sua “não aceitável” visão de mundo.
O mundo se fragmentava e essas rachaduras não apenas abriam distâncias intransponíveis entre várias potências mundiais, mas também tinha início um período de crise sistêmica em toda a sociedade. Todas as teorias psicológicas, filosóficas e sociais enunciadas até o momento deveriam ser reformuladas em busca de respostas e explicações perante semelhante caos…
Uma visão para a compreensão e a esperança no ser humano
Ler a obra de Erich Fromm é quase imprescindível para entender esse período de crise de valores, de princípios e de políticas sociais que se iniciou nesse primeira metade do século XX, no qual as duas guerras mundiais comprometeram, por assim dizer, nossa fé na humanidade.
No entanto, ler Fromm é se reconciliar exatamente com a própria humanidade. Porque ele nos fala sobre esperança e, principalmente, nos fornece grandes recursos das ciências humanas e da própria psicanálise para iniciar uma transformação positiva e criadora… Vamos ver agora os princípios básicos da sua teoria.
Do homem biológico-mecanicista ao homem biológico-social
Erich Fromm aceitava grande parte dos conceitos desenvolvidos por Sigmund Freud: o inconsciente, a repressão, os mecanismos de defesa, a transferência, o conceito dos sonhos como expressão do inconsciente e – naturalmente – a relevância da infância como raiz de muitos transtornos psicológicos.
Pois bem, uma coisa com a qual Fromm não conseguia concordar era com a visão do ser humano como um entidade biológico-mecanicista, como um ser que responde de forma exclusiva à vontade do “Id”, essa entidade que busca satisfazer os impulsos básicos da agressividade, da sobrevivência e da reprodução.
Erich Fromm falou sobre o homem biológico-social para exaltar a “psicologia do eu”, na qual as pessoas se limitam unicamente a reagir ou a se defender dos impulsos ou instintos. É necessário ampliar os limites e tomar consciência do social e de como, por vezes, as figuras mais significativas para uma criança podem provocar nelas processos adversos e traumáticos.
As relações interpessoais se situam agora com Fromm como eixos principais que substituem por completo a clássica teoria da evolução da libido, como conceito motivacional e mecanicista, na figura do ser humano.
O ser humano é livre
As teorias de Fromm não são influenciadas apenas por Freud e Karen Horner. Falar sobre Fromm também é falar sobre Marx. Devemos lembrar uma vez mais o contexto social da época, a crise de valores, os vazios de conteúdo ao dar respostas sobre o porquê do comportamento humano, o porquê das guerras, dos nacionalismos, dos ódios, da diferença de classes…
Assumir a perspectiva biológico-mecanicista herdada de Freud, como já sabemos, carecia de sentido e utilidade. Assim, os princípios defendidos por Marx se ajustaram muito melhor às premissas que Fromm buscava. Para Marx, as pessoas não eram apenas determinadas pela sociedade, elas o eram principalmente pelos seus sistemas econômicos.
Assim, em muitos dos textos de Fromm, podemos ainda hoje reconhecer a nós mesmos nas suas linhas e naquelas mensagens que deixam ninguém indiferente:
“Nossa economia de consumo e de mercado se baseia na ideia de que se pode comprar a felicidade. Mas, cuidado, porque se você não tiver dinheiro para pagar, então terá perdido todas as chances de ser feliz. Por isso, é necessário lembrar que apenas o que vem a partir dos nossos próprios esforços, do nosso interior, não apenas é o ‘mais barato’, mas também o que pode nos fazer mais felizes.” – Erich Fromm
Porém, algo interessante na teoria de Fromm é que apesar do fato de o ser humano ser influenciado pela sua cultura e pelos sistemas econômicos, há um fim pelo qual sempre devemos lutar e que podemos conquistar: a liberdade.
Fromm, de fato, encorajava as pessoas a ir além dos determinismos de Freud e Marx para desenvolver algo que é inerente à própria natureza humana: nossa liberdade.
As pessoas, Fromm defende, são determinadas por alguns princípios biológicos, assim como o resto dos animais. Nascemos com um corpo, amadurecemos, envelhecemos e lutamos pela nossa sobrevivência. No entanto, para além desse limite, tudo é possível. Se conseguimos progredir desde as sociedades tradicionais da Idade Média até a sociedade atual, então não podemos nos render nesse processo em busca de mais liberdades, de mais direitos e de um maior bem-estar.
A liberdade é uma coisa complexa de se conseguir, mas para alcançá-la, é preciso cultivar a responsabilidade individual e o respeito social. De outro modo, em caso de não lutar nem escapar da própria liberdade, corremos o risco de que nas nossas sociedades apareça alguns desses cenários que, sem dúvidas, são nossos conhecidos:
O autoristarismo.
A destrutividade (na qual se inclui a agressão, a violência ou o suicídio).
A conformidade autômata, na qual a pessoa se torna um “camaleão social”, ou seja, assume a cor do ambiente, sem protestar.
Essas três ideias foram desenvolvidas em um livro insubstituível, o qual vale a pena ler de novo de tempos em tempos: “O medo à liberdade”.
Os fundamentos da psicanálise humanista
Algo que sem dúvidas chama a atenção na trajetória de Erich Fromm é que, diferentemente dos psicanalistas mais clássicos que conhecemos, ele não teve início no âmbito médico ou psiquiátrico. Ele de fato não era médico, sua base de trabalho era a sociologia, por isso às vezes não era muito bem aceito nem bem visto. Sua relação com Karen Horney foi de fato bastante complexa e foram muitos os psicólogos que sempre o enxergaram como um teórico de campo mais que como um psicólogo ortodoxo.
No entanto, é aí que se encontra a verdadeira grandeza de Fromm: a sua visão mais ampla e integral do ser humano. Onde nem tudo corresponde a uma patologia orgânica, às forças da biologia, mas são a cultura, a família e, em essência, a própria sociedade que muitas vezes nos deixam cercados e bloqueados da própria expressão do ser.
Vamos ver a seguir os fundamentos básicos da sua teoria sobre a psicanálise humanista.
Chaves para compreender a abordagem psicológica de Erich Fromm
A seguir, deixaremos algumas das principais chaves para entender a psicologia de Fromm:
A característica humanista de Fromm traz uma nova abordagem ao conceito de doença. Nele, o psicanalista é obrigado a reformular não somente a definição de doença, mas também as ferramentas com as quais a enfrenta.
A finalidade do profissional não é outra senão facilitar o encontro da pessoa consigo mesma. Dizendo em uma linguagem mais atual: “favorecer o desenvolvimento pessoal para alcançar a felicidade”.
Uma coisa dessas só se consegue desenvolvendo a responsabilidade e o amor próprio.
Na hora de tratar um paciente, não é conveniente se focar exclusivamente no patológico, nos sintomas da doença ou nos seus condicionantes negativos. É necessário ver as qualidades e os aspectos positivos da pessoa para facilitar assim a técnica terapêutica.
O único objetivo da psicanálise não deve ser adicionar seu grãozinho de areia para que a pessoa mude. Além disso, é preciso facilitar estratégias para que a pessoa se integre de novo na sociedade, mas sentindo-se mais forte, mais hábil e preparada para ser consciente de que também há aspectos “doentes” na interpretação da realidade que a sociedade (ou grande parte dela) não considera.
A psicanálise deve ser receptiva aos avanços da ciência, às mudanças da sociedade, deve entender a cultura que nos envolve, as condições econômicas e políticas que nos rodeiam para poder ajudar de uma forma muito melhor as pessoas. Ficar com uma visão reducionista seria um erro.
O profissional deve fazer uso de um vocabulário compreensível, transparente e claro. Além disso, deve procurar não projetar uma imagem de poder ou superioridade.
Para concluir, o legado que Fromm nos deixou representa um passo de gigante não apenas no campo da psicologia, mas também no da filosofia. Assim, embora para muitos suas teorias tenham pecado às vezes pelo “utopismo”, a verdade é que moldou um tipo de psicanálise mais real, na qual desenvolver o melhor de cada pessoa. Uma abordagem nada insignificante de um pensador que, como já dissemos, vale a pena lembrar e ler profundamente.
Obras principais:
Em alemão
Das jüdische Gesetz. Ein Beitrag zur Soziologie des Diaspora-Judentums., Promotion, 1922. ISBN 3-453-09896-X
Über Methode und Aufgaben einer analytischen Sozialpsychologie. Zeitschrift für Sozialforschung, Bd. 1, 1932, S. 28–54.
Die psychoanalytische Charakterologie und ihre Bedeutung für die Sozialpsychologie. Zeitschrift für Sozialforschung, Bd. 1, 1932, S. 253–277.
Sozialpsychologischer Teil. In: Studien über Autorität und Familie. Forschungsberichte aus dem Institut für Sozialforschung. Alcan, Paris 1936, S. 77–135.
Zweite Abteilung: Erhebungen (Erich Fromm u.a.). In: Studien über Autorität und Familie. Forschungsberichte aus dem Institut für Sozialforschung. Alcan, Paris 1936, S. 229–469.
Die Furcht vor der Freiheit, 1941 (In English, "Fear/Dread of Freedom"). ISBN 3-423-35024-5
Psychoanalyse & Ethik, 1946. ISBN 3-423-35011-3
Psychoanalyse & Religion, 1949. ISBN 3-423-34105-X (The Dwight H. Terry Lectureship 1949/1950)
Em inglês
Escape from Freedom / The Fear of Freedom (O Medo à Liberdade), 1941: crítica psicossocial do autoritarismo, da destrutividade, e do conformismo presentes no século XX.[1]
Man for Himself: An Inquiry into the Psychology of Ethics (Análise do Homem), 1947: sua temática central é a interação dos fatores psíquicos com os socioeconômicos, isto é, o homem moderno e o ambiente construído por ele.
Psychoanalysis and Religion, 1950
The Forgotten Language: the Understanding of Dreams, Fairy Tales and Myths, 1951
The Sane Society (A Sociedade Sã), 1955: dando continuidade a "Escape from Freedom" e "Man for Himself", o autor continua sua busca por uma forma de sociedade aonde o ajuste individual promova a sanidade, ao invés da insanidade.[2][3]
The Art of Loving (A arte de amar), 1956
Sigmund Freud's Mission: an analysis of his personality and influence, 1959
Let Man Prevail: a Socialist Manifest and Program, 1960
Zen Buddhism and Psychoanalysis with D.T. Suzuki and Richard de Martino, 1960
May Man Prevail? An inquiry to the Facts and Fictions of Foreign Policy (A Sobrevivência da Humanidade), 1961: análise das premissas da conjuntura da Guerra Fria, apontando que encarar os comunistas como inimigos pode ser um equívoco.[4]
Marx's Concept of Man (Conceito Marxista do Homem), 1961
Beyond the Chains of Illusion: my Encounter with Marx and Freud, 1962
The Dogma of Christ and Other Essays on Religion, Psychology, and Culture (O dogma de Cristo), 1963
The Heart of Man: its Genius for Good and Evil (O Coração do Homem), 1964: o autor busca responder se o homem é inerentemente mau, ou inerentemetne bom e apenas precisa de ajuda para encontrar a virtude. Fromm analisa diversas formas de violência, e identifica fenômenos psicológicos nos quais baseia-se a maldade humana, destacando que o ser humano tem o poder de escolher se sua vida vai para o bem ou para o mal.[5]
You Shall Be as Gods, 1966
The Revolution of Hope: Toward a Humanized Technology (A Revolução da Esperança), 1968
The Crisis of Psychoanalysis: Essays on Freud, Marx, and Social Psychology, 1970
Social Character in a Mexican Village (com Michael Maccoby), 1970
The Anatomy of Human Destructiveness (Anatomia da Destrutividade Humana), 1973: o autor expressa sua opinião de que a agressividade não é um instinto inato, e portanto guerras e crimes não são naturais, e portanto não devem ser aceitos.
To Have or to Be (Ter ou Ser), 1976
The Working Class in Weimar Germany (análise psicossocial feita na década de 1930), 1984
For the Love of Life, 1986: discorre sobre os perigos do consumismo, o benefício das culturas matriarcais, e a necessidade de um significado espiritual para a vida.[6]
The Art of Being, editado por Rainer Funk, 1989: obra que agrega manuscritos de Fromm, que restaram da publicação de "To Have or To Be?", não por isto inferiores ao livro publicado anteriormente.
The Art of Listening, 1994
Obras traduzidas para português
O Medo à Liberdade
Ter ou Ser?
A Arte de Amar
Análise do Homem
A Revolução da Esperança
Conceito Marxista do Homem
Dogma de Cristo
O Coração do Homem
Meu Encontro com Marx e Freud
Psicanálise da Sociedade Contemporânea
A Missão de Freud
O Espírito de Liberdade
A Linguagem Esquecida
Do Amor à Vida
A crise da Psicanálise
Anatomia da Destrutividade Humana
A Sobrevivência da Humanidade
Do Ter ao Ser: Obras Póstumas Vol. 1
Psicanálise e Religião
Zen Budismo e Psicanálise com D.T. Suzuki e Richard de Martino
A Descoberta do Inconsciente Social: Obras Póstumas Vol. 3
Fontes: Fromm, E. (1983) La patología de la normalidad. Barcelona. Editorial Paidós Ibérica.Fromm, E. (1989) Del Tener al Ser, Barcelona. Editorial Paidós.Fromm, E., Maccoby, Michael (1979) Socio psicoanálisis del campesino mexicano. Fondo de Cultura Económica.Fromm, E. (1986) Ética y psicoanálisis. México. Fondo de Cultura Económica.Fromm E. (1977) El corazón del hombre. Su potencia para el bien y para el mal. México. Fondo de cultura Económica.Fromm et all (1974) Humanismo Socialista. Buenos Aires. Editorial Paidós.Fromm E., El Humanismo como filosofía global del hombre. En: FROMM, Erich: Sobre la desobediencia. Barcelona.Morín, E., La Cabeza bien puesta. Bases para una reforma educativa. Repensar la reforma. Repensar el pensamiento. Buenos Aires. Editorial Nueva Visió
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Até breve! 😊
Raísa Suzuki
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