top of page
Foto do escritorRaísa Suzuki

Setembro Amarelo - Precisamos falar sobre Suicídio

O Setembro Amarelo é uma campanha global de conscientização sobre a prevenção do suicídio, lançada no Brasil em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).


Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização e prevenção ao suicídio que ocorre anualmente no Brasil, promovendo diálogos sobre saúde mental e incentivando a busca por ajuda. Instituída em 2015, a campanha visa romper o silêncio em torno do suicídio, um tema frequentemente cercado de tabus e estigmas.


O suicídio é uma questão de saúde pública global que atinge diretamente 700 mil pessoas por ano. No Brasil, é a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. Aproximadamente 90% dos casos estão relacionados a transtornos mentais, o que comprova a importância do suporte e tratamento adequados.


Dados Relevantes sobre Suicídio no Brasil

• Taxas de Suicídio: O Brasil registra aproximadamente 14 mil suicídios por ano, o que equivale a cerca de 38 suicídios diários. Esses números colocam o país entre os com as maiores taxas de suicídio do mundo.

• Internações: Em 2023, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 11.502 internações relacionadas a tentativas de suicídio, resultando em uma média de 31 internações diárias. Este número representa um aumento significativo em relação a anos anteriores.

• Vulnerabilidade Jovem: O grupo etário mais afetado por tentativas de suicídio é o dos jovens adultos, com a faixa etária de 20 a 29 anos apresentando o maior número de internações. Além disso, as internações entre adolescentes de 10 a 14 anos quase dobraram desde 2011.


Fatores Sociais e Culturais

As condições sociais contemporâneas têm um impacto significativo na saúde mental da população, contribuindo para o aumento das taxas de suicídio:

• Precarização do Trabalho: O ambiente laboral atual muitas vezes se caracteriza por condições precárias, onde a insegurança no emprego e a pressão para alcançar resultados elevados se tornam comuns. Isso gera estresse e ansiedade entre os trabalhadores.

• Desemprego e Saúde Mental: O desemprego é um fator crítico que afeta diretamente a saúde mental. Durante crises econômicas, as taxas de suicídio tendem a aumentar entre os trabalhadores ocupados, enquanto os desempregados apresentam uma redução nas taxas. Isso sugere que estar empregado em condições adversas pode ser mais prejudicial à saúde mental do que estar desempregado.

• Expectativas Sociais e Pressão Psicológica: A sociedade contemporânea impõe expectativas elevadas sobre os indivíduos, exacerbadas pelo uso das redes sociais. A comparação constante com os outros gera uma pressão adicional que pode levar ao adoecimento mental. A necessidade de construir uma imagem idealizada nas redes sociais contribui para um estado de insatisfação e ansiedade.


Importância da Discussão

A discussão aberta sobre suicídio é crucial para desmistificar o tema e encorajar aqueles que estão passando por dificuldades a procurar ajuda. Falar sobre esses sentimentos pode prevenir até 90% das situações que levam ao suicídio. Além disso, iniciativas educacionais e políticas públicas são essenciais para criar um ambiente mais seguro e acolhedor para indivíduos em crise. Em resumo, Setembro Amarelo é uma oportunidade vital para aumentar a conscientização sobre saúde mental no Brasil, destacando a necessidade urgente de apoio e recursos para aqueles que enfrentam crises emocionais. A intersecção entre saúde mental e as pressões sociais contemporâneas deve ser abordada para promover um melhor entendimento e prevenção do suicídio.


A escolha do amarelo está associada à história de Mike Emme, um jovem que dirigia um Mustang 1968 amarelo. Após sua trágica morte por suicídio, inspirou uma campanha de apoio com fitas amarelas distribuídas por seus amigos e familiares.




Durante todo o mês de setembro, ações são realizadas a fim de sensibilizar a população e os profissionais da área para os sintomas desse problema e para a saúde mental, fazendo-os entender que isso também é uma questão de saúde pública.


Além das ações feitas em monumentos famosos, também são realizadas caminhadas, passeios ciclísticos e motociclísticos; além de abordagens em locais públicos, onde voluntários distribuem folhetos e falam sobre a importância da prevenção ao suicídio.


Muitas vezes a discussão sobre o tema é deixada para “depois”, como se existisse uma espécie de tabu sobre o assunto. É ignorada pela maioria das pessoas a dimensão do problema e a quantidade de pessoas que ele atinge. Infelizmente, tirar a própria vida tem se tornado um mal cada vez mais comum e os dados da OMS citados acima provam que a depressão, assim como os demais problemas que incitam o suicídio são sim um problema de saúde pública.


Infelizmente para muitos, o suicídio ainda não é visto como um problema de saúde pública, mas sim uma espécie de fraqueza de conduta ou personalidade.

Segundo o psicólogo Guilherme Felipe Miller, pequenos gestos de atenção podem fazer a diferença na vida de pessoas com depressão. “Um olhar atento a colegas de trabalho, familiares ou até mesmo a desconhecidos pode ser crucial para identificar sinais de alerta, que, por mais sutis que pareçam, podem indicar que alguém precisa de ajuda”, explica. Ele destaca que é necessário estar atento aos seguintes sinais:


  • Perda de interesse por atividades que antes eram prazerosas;

  • comentários como “eu queria morrer” ou “gostaria de desaparecer”;

  • sentimento de que os outros ficariam melhor sem a presença da pessoa;

  • desmotivação para frequentar o trabalho ou outras atividades;

  • desejo de isolamento, evitando contato social e conversas;

  • falta de expectativas futuras ou objetivos claros;

  • negligência com a aparência pessoal e higiene básica;

  • mudanças significativas no sono e apetite, como insônia, sono excessivo, alimentação em excesso ou falta de apetite

  • querendo fechar pontas soltas, doar seus pertences, fazer arranjos financeiros ou visitar vários entes queridos de uma só vez, é hora de intervir;

  • Reconheça comportamentos irresponsáveis e perigosos como o uso excessivo de drogas (legais ou ilegais), direção imprudente e sexo desprotegido com vários parceiros;

  • Procure por ferramentas possíveis para o suicídio. Por exemplo: se a pessoa comprou uma arma ou remédios sem motivo aparente, é hora de pedir ajuda;

  • Perceba mudanças extremas na rotina, repare se a pessoa parou de frequentar, sem motivo aparente, eventos e lugares que sempre gostou de visitar. Quando alguém para de praticar atividades que, até então, lhe davam prazer, é um grande sinal de alerta;

  • Preste atenção na energia: pessoas depressivas ou suicidas normalmente têm pouca energia para tarefas básicas, têm dificuldade de tomar decisões e, por exemplo, falta de vontade de se relacionar sexualmente;

  • Não ignore fatores de risco: morte de um ente querido, perda de emprego, bullying e separações traumáticas podem afetar e intensificar desejos suicidas. Um histórico de abuso físico ou sexual também pode servir de gatilho, assim como tentativas prévias de suicídio.


De acordo com o psicólogo, compartilhar essas informações contribui para conscientizar e reforçar que a prevenção do suicídio é uma responsabilidade de todos. “É essencial falar sobre sentimentos, e se expressar sem medo de julgamento pode ser transformador. Criar um ambiente seguro para que as pessoas possam se abrir faz a diferença”, afirma.


Devemos também prestar atenção a certos mitos sobre suicídio, por exemplo.


Não se deve falar de suicídio.

Suicidas não procuram ajuda.

Quem ameaça não faz.

Sobreviventes de suicídio estão a salvo.

Não há como impedir.

Quem se suicida é fraco.

Quem planeja se matar quer se matar.

Melhora de humor significa desistência de suicídio.

Conversar com alguém que tenha tendências suicidas pode parecer complicado mas, para saber o que dizer e como agir, basta ter paciência e escolher o tom certo.


Quando alguém estiver exibindo sinais de risco, é fundamental falar de forma carinhosa e sem julgamentos. Escute com paciência, não julgue, não diga que a pessoa está fazendo drama ou exagerando, e nem fale que ela precisa ser mais forte.


Não diga que ela deve se sentir com sorte pela vida que tem, e nem a faça se sentir envergonhada ou menor pelos seus pensamentos suicidas.


Ao dizer esse tipo de coisa, você vai piorar a situação e fazê-la se sentir ainda mais determinada em tirar a própria vida.


Ninguém mergulha nesse sentimento horrível por escolha própria, ninguém quer se sentir assim e ninguém deseja continuar nesse estado.


Por isso, você precisa compreender e conversar sobre isso!


Uma recomendação é ser direta e perguntar se a pessoa planeja algo ou pretende tirar a própria vida. Você vai sentir na resposta os sinais de alerta e, então, deve ligar para a emergência se souber que a pessoa já elaborou planos e precisa de ajuda imediata.


Mas não espere a pessoa dizer que quer se matar para buscar ajuda.


Muitas vezes, a pessoa com tendências suicidas não conta seus planos oucompartilha seus pensamentos. Por isso, se algum conhecido está exibindo os sinais de alerta acima, procure ajuda.


O Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização e prevenção ao suicídio que ocorre anualmente no Brasil, promovendo diálogos sobre saúde mental e incentivando a busca por ajuda. Instituída em 2015, a campanha visa romper o silêncio em torno do suicídio, um tema frequentemente cercado de tabus e estigmas.


Dados Relevantes sobre Suicídio no Brasil

• Taxas de Suicídio: O Brasil registra aproximadamente 14 mil suicídios por ano, o que equivale a cerca de 38 suicídios diários. Esses números colocam o país entre os com as maiores taxas de suicídio do mundo.

• Internações: Em 2023, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 11.502 internações relacionadas a tentativas de suicídio, resultando em uma média de 31 internações diárias. Este número representa um aumento significativo em relação a anos anteriores.


• Vulnerabilidade Jovem: O grupo etário mais afetado por tentativas de suicídio é o dos jovens adultos, com a faixa etária de 20 a 29 anos apresentando o maior número de internações. Além disso, as internações entre adolescentes de 10 a 14 anos quase dobraram desde 2011.


Importância da Discussão

A discussão aberta sobre suicídio é crucial para desmistificar o tema e encorajar aqueles que estão passando por dificuldades a procurar ajuda. Falar sobre esses sentimentos pode prevenir até 90% das situações que levam ao suicídio. Além disso, iniciativas educacionais e políticas públicas são essenciais para criar um ambiente mais seguro e acolhedor para indivíduos em crise. Em resumo, Setembro Amarelo é uma oportunidade vital para aumentar a conscientização sobre saúde mental no Brasil, destacando a necessidade urgente de apoio e recursos para aqueles que enfrentam crises emocionais. A intersecção entre saúde mental e as pressões sociais contemporâneas deve ser abordada para promover um melhor entendimento e prevenção do suicídio.





Fontes:

[1]: Tentativa de suicídio e suicídio no Brasil: análise epidemiológica

[2]: Determinantes espaciais e socioeconômicos do suicídio no Brasil: uma abordagem regional

[3]:Estudo alerta para alta incidência de suicídio na adolescência

[4]: Suicídio como sintoma social: um estudo sobre os impactos do capitalismo nas subjetividades

[5]: Brasil tem mais de 30 internações ao dia por tentativa de suicídio




Obrigada por ter chegado até aqui e também ser um apaixonado ou apaixonada pela Psicologia!


Até breve! 😊

Raísa Suzuki

CRP-06/138639



Telefone e WhatsApp para contato: (11) 9 7210 5643



17 visualizações0 comentário

Posts Relacionados

Ver tudo

Comments


bottom of page