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Quando a Dor Não Passa: Entendendo o Luto Prolongado

O que é normal no luto — e quando procurar ajuda emocional

20 de abr. de 2025

Ana Paula Silva Rodrigues

Saúde mental

Perder alguém que amamos é uma das experiências mais dolorosas que podemos viver. O luto faz parte da vida e, embora seja difícil, é um processo natural que nos ajuda a lidar com a ausência e a encontrar um novo caminho.

Mas e quando essa dor parece não ter fim? Quando a tristeza se torna tão profunda que paralisa? Quando os meses passam — ou até anos — e tudo ainda dói como no primeiro dia?


O que é o luto prolongado?

Todos nós sentimos a perda de formas diferentes. Algumas pessoas conseguem retomar a rotina aos poucos, enquanto outras precisam de mais tempo e acolhimento. O luto prolongado não significa "sofrer demais", e sim ficar preso na dor de forma intensa e contínua, a ponto de prejudicar a vida da pessoa por meses ou anos.

Segundo o DSM-5-TR, o Transtorno de Luto Prolongado pode ser diagnosticado quando, após pelo menos 12 meses da perda (ou 6 meses para crianças e adolescentes), a pessoa ainda sofre com:


*Saudade intensa ou obsessiva da pessoa que se foi

*Dor emocional profunda e persistente

*Dificuldade de voltar à rotina ou se envolver com a vida

*Sentimento de vazio, inutilidade ou culpa

*Isolamento social e falta de interesse pelas atividades antes prazerosas

*Sensação de que a vida perdeu o sentido


Por que é importante falar sobre isso?

Muitas vezes, quem sofre com luto prolongado não percebe que precisa de ajuda. A dor é confundida com “normal”, e a pessoa pode pensar que é fraca ou dramática por ainda estar sofrendo.

Falar sobre o luto prolongado é uma forma de acolhimento. É dizer:“você não está sozinho”. E mais do que isso, é abrir espaço para que as pessoas saibam que existem formas de cuidado, tratamento e esperança.


Não é fraqueza. É um sinal de que você precisa de apoio.

Luto prolongado não é frescura. É uma condição reconhecida, com base em estudos e critérios clínicos. E como qualquer outro sofrimento emocional, pode e deve ser cuidado.

O tratamento pode envolver psicoterapia (muitas vezes com foco em luto), apoio de grupos terapêuticos, acolhimento familiar e, em alguns casos, o uso de medicação — sempre com orientação profissional.


Há vida depois da perda

Sentir saudade, chorar e se emocionar faz parte do amor. Mas a vida também pede espaço para seguir. O luto prolongado não precisa ser um destino final — ele pode ser o ponto de partida para uma nova forma de honrar a memória de quem se foi: vivendo bem.

Se você ou alguém próximo sente que está preso em uma dor que não passa, procure um psicólogo. Falar sobre isso já é o começo do caminho de volta para você mesmo.

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